Geossítio Ponte de Pedra
Localizado no Sítio Olho D’água de Santa Bárbara, junto à CE-292 que liga Crato a Nova Olinda. Este geossítio situa-se cerca de 9km do centro administrativo de Nova Olinda.
O Que Visitar
Ponte de Pedra
Mirante Natural da paisagem do Cariri
QUEM VAI PARA NOVA OLINDA
DESCENDO A ÁREA RURAL
ENCONTRA “A PONTE DE PEDRA”
BEM BONITA E NATURAL
PRÓXIMO ÀS PEDRAS DO URUBU
E A DO CASTELO REAL
História
A ponte de Pedra é um sítio marcante na paisagem, com bela vista panorâmica, localizado no município de Nova Olinda, na descida da Chapada do Araripe. É representado por uma formação rochosa natural que lembra uma ponte, pois cobre o vão de um riacho que só apresenta água em épocas de chuva. Delimita uma área entre a Chapada de Araripe, com sua floresta abundante e a cultura da coleta do pequi, e o Sertão, que pode ser avistado na descida. A ponte provavelmente serviu como trilha para as antigas populações, tanto para os índios como para os antigos vaqueiros que colonizaram a região.
Próximo à ponte, há vestígios arqueológicos das populações pré-históricas. São gravuras e pinturas rupestres, além de achados ocasionais de restos de cerâmica e de material lítico usados pelos antigos habitantes Kariri. É um dos lugares onde o passado geológico e da natureza pode ser estudado junto à história humana.
Aspectos Geológicos
O Geossítio Ponte de Pedra corresponde a uma geoforma esculpida no arenito, resultado da erosão provocada pela água ao longo dos últimos milhões de anos. Como diz o ditado popular “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.
Localmente, ocorreu um contínuo processo de erosão que atuou de forma distinta nos diferentes níveis do arenito (grossos e finos), sendo que os níveis mais resistentes à erosão ficaram preservados formando a ponte de pedra. Este arenito pertence à Formação Exu e foi formado há, aproximadamente, 96 milhões de anos (Período Cretáceo).
O córrego d’água que originou esta erosão é um dos afluentes formadores do rio Carius, que faz parte das lendas indígenas da região.
Patrimônio Arqueológico da Chapada do Araripe
Rosiane Limaverde
Os vestígios da presença humana no Nordeste do Brasil datam 30 mil anos, período denominado de pré-história. O vale da Chapada do Araripe representa, para o estudo da arqueologia do Nordeste, um lugar de refúgio para a vida humana, onde bandos de homens caçadores e coletores, fugindo da aridez do sertão, foram atraídos pelas águas das fontes da Chapada.
A importante pista para a identificação dos sítios arqueológicos da Chapada do Araripe são as lendas e os mitos do povo Kariri, que são testemunhos orais da cultura dos povos que habitaram a região antes da colonização. Dentre os vestígios da cultura material do homem pré-histórico da Chapada, encontram-se os artefatos de pedra lascada e polida, que eram utilizados como armas para caça e ferramentas utilitárias domésticas, como a ‘mão de pilão’ usada como batedor para moer. Também são encontrados cachimbos decorados, demonstrando que o fumo já era praticado entre os indígenas da região. Destacam-se também as vasilhas decoradas na parte interna com desenhos geométricos coloridos nas cores preta, branca e vermelha.
Para enterrar os mortos, os indígenas da Chapada do Araripe se utilizaram de urnas funerárias e praticavam um ritual de inumar os mortos, ou seja, queimar e depositar as cinzas do morto dentro de um pequeno prato que era guardado em uma urna maior chamada de “Igaçaba”. Junto com as cinzas eram enterrados também alguns objetos pertencentes ao indivíduo, como machadinhas de pedra polida, cachimbos, colares, ossos de animais, etc.
Dentre todos os vestígios arqueológicos da Chapada do Araripe, destacam-se os sítios arqueológicos de arte rupestre, ou registro rupestre. Em linhas gerais, a denominação “arte rupestre” define qualquer conjunto de elementos gráficos pintados, ou gravados nas pedras, nas grutas, abrigos, afloramentos e paredões rochosos. A arqueologia considera os registros rupestres como um código de comunicação social dos povos pré-históricos, com a função de comunicar algo importante para o grupo.
Os artistas pré-históricos da Chapada do Araripe pintaram e gravaram inúmeros paredões nos leitos dos rios e abrigos no alto da Chapada. Para pintar os painéis de arte rupestre eram utilizados dedos, pincéis feitos com madeira, chumaços de pelo, ou penas e gravetos. Preferencialmente se utilizavam de tintas minerais extraídas do ambiente (óxido de ferro, manganês, argila), sendo a água o veículo para sua aplicação.
Também gravaram, esculpindo a rocha com ferramentas de pedra polida, água e argila. Em alguns sítios, utilizaram o próprio dedo, preenchendo o interior das gravuras com tinta.
O conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimônio arqueológico são fatores indispensáveis no processo de preservação sustentável desses bens, assim como o fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania.
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